Cintos de três pontos retráteis, apoios de cabeça em todos os assentos e sistema de retenção infantil Isofix serão obrigatórios em todos os veículos produzidos no Brasil... em 2020!
Finalmente uma boa notícia. Depois de anos de estudos e reivindicações
de diversos setores da sociedade, inclusive da imprensa, esta semana o
Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou a Resolução 518, que
torna obrigatórios os apoios de cabeça para todos os passageiros do
veículo, os cintos de segurança de três pontos, também para todos os
passageiros e agora retráteis, além do sistema de fixação para
cadeirinhas – Isofix ou Latch – que torna mais seguro o transporte de
crianças.
O problema, no entanto, é que a exigência do sistema
de fixação é de “pelo menos um”, ou seja, se a montadora não quiser
colocar para os três assentos, os pais ficarão obrigados a ter um filho
só ou terão que escolher qual das crianças terá mais segurança... Além
disso, as medidas serão válidas a partir de 2018.
O apoio de cabeça e cinto de três pontos para o passageiro do meio do
banco de trás eram uma exigência antiga e relativamente óbvia, uma vez
que já eram obrigatórios para os demais passageiros, deixando à mercê da
sorte o ocupante do meio. Mas a resolução foi além, exigindo também, e
para todos os ocupantes, que os cintos sejam retráteis, o que facilita o
ajuste na hora de colocá-lo . “Os cintos retráteis são uma necessidade
por questão de segurança e conforto. E o encosto de cabeça é
absolutamente importante para proteger o pescoço e a coluna cervical.
Temos que lembrar que, apesar de os carros serem pequenos, é comum
andarem com todos os ocupantes. E quem está no meio também precisa estar
protegido”, afirma o engenheiro Francisco Satkunas, da Sociedade de
Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil).
Já com relação aos
sistemas de fixação dos dispositivos de retenção infantil, a legislação,
apesar de exigir, deixou a cargo da montadora escolher o tipo de
sistema: o Isofix é o adotado na Europa, enquanto o Latch é o padrão nos
Estados Unidos. De qualquer forma, qualquer um deles é mais seguro do
que a maneira usada atualmente no Brasil – que é a de encaixar a
cadeirinha no cinto de segurança do carro –, pois, além de ser de
fixação mais fácil, o equipamento de retenção é preso diretamente à
carroceria do veículo, protegendo mais em caso de impacto.
A
certificação de cadeirinhas com Isofix, inclusive, foi aprovada pelo
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tencologia (Inmetro) em
outubro do ano passado, possibilitando a comercialização de equipamentos
com esse tipo de encaixe no Brasil. Até então, os pais que desejassem
dar mais segurança aos filhos precisavam importar o produto. Quanto aos
automóveis, alguns já têm o sistema, incluindo compactos recentemente
lançados VW up!, Hyundai HB20 e Ford New Fiesta.
EXCEÇÕES Como sempre, há exceções para a nova exigência. Por exemplo, nos
automóveis esportivos do tipo “dois mais dois” e nos conversíveis não
serão obrigatórios apoios de cabeça nos bancos traseiros. Nos caminhões,
caminhões-trator e motor-casa, o assento dianteiro intermediário poderá
ter cinto de segurança subabdominal, conforme a zona de referência do
para-brisa.
Os cintos de três pontos e o apoio de cabeça também
não serão obrigatórios no assento traseiro intermediário desses
veículos, nem nos modelos em que existam bancos voltados para trás. Por
outro lado, os bancos individuais poderão ter o cinto do tipo
suspensório (usados em competição, que pode ter de quatro a seis
pontos).
DATAS A exigência dos novos
equipamentos não terá uma escala a ser cumprida. Simplesmente, a partir
de 2018 (três anos contados da data da publicação da resolução que é 2
de fevereiro deste ano), serão obrigatórios para projetos novos; e de
2020 (cinco anos da publicação) para toda a frota de veículos novos.
Palavra de especialista
Francisco Satkunas, engenheiro da SAE Brasil Segurança e aprimoramento
O
cinto de três pontos em todos os bancos, por exemplo, já é realidade no
exterior. E isso também significa que, em grande escala, o custo cai. A
resolução dá prazo para a indústria se adequar e o custo não é tão
grande. É algo que pode ser absorvido pela indústria. O apoio de cabeça
serve para proteger a área cervical. A falta dele, em uma batida
traseira, pode deixar a pessoa tetraplégica. E o Isofix, que já existe
em alguns modelos de veículos aqui, é um passo adiante na segurança
infantil. Mas realmente fica uma dica para o fabricante: que não coloque
apenas um ponto de fixação, pois, mesmo que o dono do carro não use
mais de uma cadeirinha, a colocação de pelo menos dois pontos valorizará
o automóvel. E o custo disso é marginal. Já se for para o dono do carro
instalar depois, é extremamente complicado e não se poderá garantir a
segurança.”
Fonte: Vrum
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