A sensação de não conseguir apertar o pedal ou virar o volante é terrível, mas é possível parar o carro e evitar acidente sem entrar em pânico. Saiba como proceder
Não é comum, mas tanto o freio a vácuo quanto a direção, seja
hidráulica, elétrica ou eletro-hidráulica, podem perder a assistência e a
consequência é parecida, o endurecimento do pedal do freio e/ou do
volante. Com muita força e sangue-frio é possível frear, pisando fundo, e
também virar o volante. Confira as dicas que facilitam a tarefa.
FREIO Atualmente, a maioria dos
freios dos automóveis movidos a gasolina/etanol funciona com
assistência a vácuo, que é gerado com o funcionamento do motor (os
veículos a diesel, sem considerar os pesados, cujo freio é a ar
comprimido, têm uma bombinha de vácuo). Ao pisar no freio, é aberta uma
válvula que permite a atuação do vácuo sobre o óleo do freio e, por
meio de uma peça chamada servofreio, a força aplicada no pedal é
multiplicada, facilitando o esforço de frenagem. “Quando você pisa no
pedal não está freando de imediato como antigamente. Na verdade, está
enviando um sinal de que quer frear para esse dispositivo a vácuo. Se
não tiver o vácuo, não adianta mandar o sinal e fica mais difícil
frear”, avalia o engenheiro Francisco Satkunas, da Sociedade de
Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil).
Satkunas conta que costuma
ensinar os familiares e amigos a fazer um teste para evitar o pânico
numa possível falta de assistência do freio: “Você não pode apavorar. Se
enfiar o pé com bastante força, dá para frear. Mas o freio fica duro
como um tijolo. Para ver se vai conseguir parar, recomendo uma
experiência. Vá para um local tranquilo e seguro, que tenha uma pequena
rampa e fique com o motor desligado. Vire a chave sem ligar o carro e
vá pisando no freio, que você vai sentir a hora que falta a assistência
do vácuo. Mas, obviamente, faça a experiência em local seguro.”
REDUÇÃO O
engenheiro dá duas dicas importantes que fazem parar o carro. Uma
delas é ir reduzindo as marchas, gradativamente, para fazer com que a
velocidade diminua e, ao mesmo tempo, provocar o vácuo com o motor em
alta rotação. “Passe da quinta para a quarta, depois para a terceira,
até a segunda marcha apenas, sem chegar até a primeira. Mas até lá o
carro já vai ter parado, pois isso faz com que o motor fabrique vácuo”,
afirma. Outra possibilidade é ir puxando o freio de estacionamento,
também de forma gradativa, modulando na mão (se for puxado de uma vez o
carro pode girar, fazendo “cavalo de pau”).
Se o câmbio for
automático, a ideia também é ir reduzindo as marchas e, nesse caso,
pode-se chegar até a primeira. Porém, o engenheiro chama a atenção para o
fato de que a velocidade vai baixar bem até uns 20km/h ou 15km/h.
Então, é preciso pisar bem fundo no freio ou usar o mesmo mecanismo do
freio de estacionamento até o carro parar completamente.
Em quaisquer das situações ele alerta: nunca tente desligar a chave da ignição para ligar de novo! Isso pode travar o volante, levando a um acidente com morte.
Em quaisquer das situações ele alerta: nunca tente desligar a chave da ignição para ligar de novo! Isso pode travar o volante, levando a um acidente com morte.
DIREÇÃO A direção hidráulica
trabalha com óleo e é acionada pelo virabrequim do motor. Pode haver
perda de assistência se por algum motivo o motor desligar, assim como
no caso do freio a vácuo. Já a eletro-hidráulica é acionada por um
motor elétrico e, nesse caso, continua funcionando se o motor do carro
apagar. Mas as panes elétricas também acontecem. E a direção elétrica
ou eletrônica está ligada à bateria. Nesse caso, segundo Satkunas, uma
pane é bem mais rara porque existe um gerador para sustentar o
funcionamento. Mas ninguém está livre.
“Antigamente, os
volantes eram maiores, o que facilitava o esterçamento, já que não
existiam essas assistências. Atualmente, os volantes estão cada vez
menores e fica mais difícil girar em caso de perda de assistência”,
lembra Satkunas. Nessa situação, o objetivo é fazer a bomba hidráulica
funcionar e o raciocínio é o mesmo de ir diminuindo as marchas. O freio
de estacionamento também pode ser usado (da mesma forma, de maneira
gradativa), só que é mais difícil porque, com a dificuldade de virar o
volante, as duas mãos terão que ficar na direção. A chave deve ficar
virada na ignição para evitar que o volante trave. E o recurso é pisar
no freio e tentar virar, sem entrar em pânico.
Fonte: Vrum
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