Diferente do óleo do motor, os fluidos da direção hidráulica e da transmissão não precisam ser substituídos periodicamente. Mas é bom ficar atento ao nível deles
Ninguém precisa ser um especialista em mecânica para saber que o óleo do
motor do carro necessita ser substituído de acordo com o prazo ou a
quilometragem determinada pelas montadoras. Isso porque o lubrificante
trabalha com altas variações de temperatura e está sujeito à presença de
resíduos e poluentes resultantes da combustão. No entanto, para
sistemas como o da direção hidráulica e de transmissão, que são fechados
e atuam sem contato com esses tipos de contaminantes, existem dúvidas
quanto à necessidade ou não da substituição de seus respectivos
fluidos.
DIREÇÃO HIDRÁULICA
O supervisor de serviços da Ford Reinaldo Nascimbeni esclarece que,
por não passar por uma degradação mais agressiva, a exemplo do óleo do
motor, o óleo da direção hidráulica, que normalmente é um produto de
boa qualidade, não precisa ser substituído. “É bom verificar sempre o
nível do reservatório e prestar atenção para qualquer tipo de vazamento
que possa ocorrer”, recomenda. Em caso de vazamento, que pode ser
causado por problemas nas mangueiras ou nas conexões, o nível do óleo
deverá ser completado, depois de corrigido o defeito. Nascimbeni diz
que, ao longo dos anos, uma certa quantidade de óleo do reservatório
pode evaporar. Sendo assim, o nível também deve ser completado. Outra
coisa que pode ocorrer devido ao uso prolongado é a oxidação do
produto, que pode ser evitada com o uso de um fluido sintético, de
qualidade superior. O supervisor da Ford alerta, ainda, que o hábito de
segurar a direção do veículo quando ela atinge o final do curso não é
aconselhável, pois isso aquece o óleo excessivamente e afeta sua
deterioração.
50.000km De acordo com o
engenheiro Francisco Satkunas, da Sociedade dos Engenheiros da
Mobilidade (SAE Brasil), se a direção hidráulica do veículo apresentar
funcionamento normal, não há motivos para trocar o óleo. “Porém, alguns
fabricantes orientam que o fluido deve ser substituído por volta dos
50 mil quilômetros. Sendo assim, o mais importante é seguir a
determinação da fábrica”, alerta. O engenheiro orienta que, se houver a
necessidade de substituir o fluido, o procedimento deve ser feito em
concessionária autorizada ou em oficinas credenciadas. “A tendência
para o futuro é de que os carros adotem cada vez mais a direção
elétrica, equipamento que não utiliza óleo e não possui itens como
mangueira ou bomba”, destacou.
TRANSMISSÃO Francisco
Satkunas confirma que o óleo usado nos sistemas de transmissão, tanto
para câmbio manual quanto para o automático, também não tem necessidade
de ser substituído. “Basicamente, utiliza-se para a transmissão manual
um óleo mais convencional, fácil de ser encontrado e que pode também
ser completado, caso o nível esteja baixo. No caso do câmbio
automático, é usado um óleo mais fino em relação ao da transmissão
manual, similar ao fluido indicado para direção hidráulica”, relata.
Para o câmbio do tipo CVT, ainda pouco encontrado, Satkunas diz que
existe um óleo especial e que pode ser encontrado em autorizadas. Ainda
segundo ele, algumas marcas recomendam a troca do óleo da transmissão
automática aos 60 mil quilômetros. Dessa forma, o melhor a ser feito é
conferir no manual do proprietário a correta indicação do fabricante
para cada situação.
Severas Segundo
Nascimbeni, a Ford só recomenda a troca do óleo da transmissão para
veículos com quilometragem mais avançada, acima de 100 mil quilômetros, e
que sejam submetidos ao uso em condições mais severas (vale lembrar
que a ida à padaria ao lado de casa é um tipo de uso severo). “Para
veículos que tenham condições normais de uso, não há a necessidade de
substituir o lubrificante. Porém, deve-se prestar atenção a qualquer
tipo de vazamento ou ruído no engate das marchas e completar o nível
caso seja necessário.”
Fonte: Vrum
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