O trânsito está entre as primeiras causas de morte no Brasil. Só em
2013, 43 mil pessoas perderam a vida nas nossas ruas e estradas. Somos o
quarto país no mundo com mais mortes no trânsito. Para alertar para
esses dados, a ONG Observatório Nacional de Segurança Viário, criou o
movimento Maio Amarelo. A proposta, que visa promover uma ação
coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil, tem como função
alertar sobre os altos índices de mortes, feridos e sequelados
permanentes no trânsito do país e do mundo.
Seguindo o sucesso de
outros movimentos, como o “Outubro Rosa” e “Novembro Azul”, que
trataram dos temas câncer de mama e próstata, o Maio Amarelo estimula a
sociedade a promover atividades voltadas a conscientização, ao amplo
debate das responsabilidades e avaliação de riscos sobre o comportamento
de cada cidadão inserido no trânsito das nossas cidades. Vários
monumentos ficarão sob os holofotes amarelos durante o mês, como o
prédio da FIESP, em São Paulo, e o Jardim Botânico de Curitiba, no
Paraná.
Tida como uma vilã do trânsito, as motocicletas muitas
vezes são apontadas como as principais causadoras de acidentes, mortes e
mutilações. Mas, será que o motociclista é realmente o causador de todo
esse mal? O diretor executivo da ASSOHONDA - Associação Brasileira de
Distribuidores Honda, Fernando Medeiros, afirma que o motociclista,
assim como o pedestre, são as peças mais vulneráveis nesse quebra-cabeça
que se tornou o caótico trânsito brasileiro. “Temos um trânsito
extremamente violento. Em geral, somos agressivos e não estamos muito
preocupados com o interesse coletivo. Cada um olha para si e busca
chegar mais rápido ao seu destino, muitas vezes desrespeitando as leis
que deveriam garantir a nossa segurança”, afirma.
É evidente que
neste cenário não temos mocinhos e nem bandidos. Cada um, seja pedestre,
motorista ou motociclista, tem seus direitos e deveres. As coisas só
não funcionam quando entra em cena o famoso “jeitinho brasileiro”,
aquele que pensa que tudo pode, que tudo será impune.
“A
motocicleta está cada dia mais indispensável tanto nas grandes cidades
quanto no campo. Não podemos mais imaginar a nossa realidade sem ela.
Entretanto, precisamos garantir um trânsito mais seguro para que todos
saiam ganhando”.
Segundo Medeiros, o motociclista tem vários
inimigos. Talvez o maior deles seja a auto confiança, que acaba
resultando no abuso. Outro fator que vem contribuindo para o elevado
índice de acidentes é a distração com músicas ou celular. Isso sem falar
nos que pilotam sob o efeito de drogas ou álcool. Também não podemos
ignorar a importância da manutenção da motos. Às vezes, um simples
lubrificante pode evitar um acidente grave. “Não podemos deixar de
apontar ainda a falta de visão do Poder Público, que muitas vezes não
possui fiscalização necessária para inibir a pilotagem sem habilitação,
negligencia a formação e capacitação do motociclista e não fiscaliza o
uso adequado dos equipamentos de segurança. Toda essa combinação é letal
para o trânsito”.
Apesar de preocupante, nem tudo está perdido.
Iniciativas como a da ONG Observatório Nacional de Segurança Viário com a
criação do Maio Amarelo mostra que temos um longo e duro trabalho de
conscientização pela frente. Mas, cada um fazendo o seu papel, é
possível construir um trânsito mais seguro para todos. A ASSOHONDA
certamente apoia essa ideia.
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