Soluções de trânsito auxiliam no controle da evasão fiscal no País
Até junho do próximo ano, os Departamentos Estaduais de Trânsito
(Detrans) terão de implantar transponders (Tags) de monitoramento
eletrônico nos mais de 77 milhões de veículos que integram a frota
brasileira. A iniciativa faz parte do Sistema Nacional de Identificação
Automática (Siniav) e foi pensada, desde 2006, para atacar o problema do
roubo de automóveis, que em 2013 atingiu a marca de 400 mil furtos –
número superior à produção anual das marcas Peugeot, Citröen e Renault,
juntas, no País.
A solução voltada inicialmente à segurança abriu uma brecha para que
as empresas pensem em tecnologias capazes de ampliar também a gama de
possibilidades para a utilização das bases de dados e, de quebra,
inaugurar uma corrida por novos modelos de negócios. Padrões de
gerenciamento de trânsito, acidentes, controles de multas, pedágios
rápidos, estacionamentos automatizados em grandes centros urbanos e
varejos inteligentes são algumas das alternativas que começam a emergir.
Durante o Press Summit, evento anual da Intel, realizado no final de
semana passado em Florianópolis, a empresa anunciou uma solução que
contempla todas as pontas de atuação da companhia dentro do nicho. Uma
parceira com a Autofind para a fabricação de Tags, gravadores, antenas e
leitores de radiofrequência (RFID), segundo o diretor de Inovação Max
Leite, torna a empresa a pioneira no desenvolvimento de produtos para
todos os ambientes deste processo.
A solução recebeu certificação da Agência Reguladora de Serviços
Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e está
sendo testada por Operadoras de Serviços de Arrecadação e
concessionárias de rodovias, em aplicações como pedágio eletrônico com
tecnologia RFID de 915 MHZ. “Estamos no leitor, no portal, no banco de
dados e vamos chegar à última ponta com o transponder para oferecer uma
nova experiência neste contexto de conectividade de dispositivos”,
revela.
A implantação do Siniav, na avaliação de Leite, coloca o Brasil em
posição de liderança mundial na criação de modelos inteligentes de
gerenciamento de trânsito, com potencial de formação de padrões de
conduta e rotas alternativas comunicadas diretamente aos navegadores
pessoais por GPS. “Hoje não se discute o que se pode fazer, tudo é
possível. É preciso discutir o que se quer fazer em termos de interação
entre dispositivos, indivíduos e dados. Esse dispositivo é um portal
para tudo isso”, comenta.
Neste contexto, o presidente da Autofind, Antonio Calmon, destaca
algumas aplicações práticas idealizadas também por políticas públicas.
Segundo ele, um levantamento feito junto às secretarias municipais de
Fazenda aponta médias de arrecadação adicional acima de 30% somente com a
implantação do novo sistema de monitoramento.
Além disso, o controle da evasão fiscal deve ser elevado a um novo
patamar. O executivo lembra que em São Paulo, 30% da frota, ou cerca de 2
milhões de automóveis, não possuem licenciamentos e estão inadimplentes
em multas e IPVAs. Segundo Calmon, se 10% dessa fatia for regularizada,
os custos com os programas se tornariam autossuficientes.
Projetos-pilotos fundamentados na plataforma batizada de WISP já
estão em pleno processo de implantação no estado de Roraima. Entretanto,
a abrangência das melhorias ficará a critério de cada cidade. Isso
porque os municípios podem optar apenas pelo monitoramento intensivo das
Leis de Trânsito ou por plataformas bastante complexas que permitem
inclusive novas aplicações no varejo inteligente.
Fonte: Portal do Trânsito / Jornal do Comércio
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